Canais Curvos - endo-e |
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TÉCNICA SIMPLIFICADA PARA O PREPARO DE CANAIS CURVOS
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LEMOS, E. M.; CALDEIRA, C. L.; GAVINI, G.; SHIMABUKO, D. M. Técnica simplificada para o preparo de canais curvos. Rev. APCD Santana, V. 4, p. 12 e 13, 2005.
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Érico de Mello Lemos*; Celso Luiz Caldeira**; Giulio Gavini***; Danilo Minor Shimabuko****
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Prof. Dr. Associado UNINOVE, UNICID e UNISANTA* Prof Dr. FOUSP e Associado UNISANTA** |
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Prof. Dr. FOUSP e Titular UNISANTA*** Prof. Dr. Titular UNICID e Associado UNISANTA**** |
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O preparo químico-cirúrgico tem como objetivo a modelagem e a sanificação, valendo-se de instrumentos endodônticos e substâncias químicas auxiliares da instrumentação, atuando no sistema de canais radiculares, estrutura orgânica e inorgânica, proporcionando limpeza e desinfecção do espaço anteriormente ocupado pela polpa, como também, conformação cônica contínua, com maior diâmetro cervical e menor apical, mantendo o forame na forma e posição originais, facilitando a realização da obturação hermética e tridimensional (SHILDER, 1974).
A complexidade da anatomia interna (PINEDA, VERTUCCI, WEINE, HESS, BRAMANTE) e a distribuição dos microrganismos (SHOVELTON) constituem um dos maiores desafios da Endodontia, principalmente quando relacionados aos canais curvos.
Não obstante, concrescências, anfractuosidades e atresias normalmente fazem parte das peculiaridades dos molares, principalmente os curvos (SCHNEIDER).
Entretanto, o franco acesso do instrumento à zona crítica apical e o preparo do canal é um procedimento recoberto de dificuldades, que na maioria das vezes, resultam em acidentes, entre outros, desgastes excessivos na zona de perigo, com ou sem perfuração (ABOU-RASS), forma de ampulheta no canal, com menor diâmetro na porção média do canal (BUCHANAN), degraus, desvio apical durante o preparo com ou sem perfuração (AL-OMARI; SOUTHARD), além da possibilidade de fratura dos instrumentos, devido às tensões proporcionadas pelas curvaturas, como também, o diâmetro, desenho da ponta, flexibilidade do instrumento e a técnica de instrumentação utilizada, variações da dureza dentinária e obstruções do canal por meio de raspas de dentina e conseqüentemente perda do comprimento de trabalho, sinalizam o insucesso da terapia endodôntica.
Muitos pesquisadores desenvolveram, nas duas últimas décadas, variações técnicas nos preparos dos canais radiculares curvos a partir das considerações anatômicas e suas repercussões supracitadas, com especial atenção à técnica do preparo cervical (MARSHALL; PAIVA; LOPES).
O preparo cervical pode ser definido pela ampliação do diâmetro na entrada e terço cervical do canal, criando acesso retilíneo aos terços médio e apical, proporcionando um desgaste anticurvatura, direcionado às zonas volumosas ou zonas de segurança. Consiste numa alternativa para superar a influência da curvatura apical, a partir do desgaste compensatório.
É proposição dos autores apresentar uma técnica simplificada para o preparo de canais curvos, utilizando técnicas capazes de contornar problemas relativos à presença de curvaturas e dificuldades inerentes.
Trata-se de uma técnica exaustivamente testada e utilizada em várias Universidades, possibilitando o cirurgião dentista, na clínica especializada, realizar tratamentos endodônticos com excelente padrão técnico-científico, desde que, os princípios biológicos norteadores da técnica endodôntica seja respeitado.
Neste particular, o profissional poderá individualizar sua técnica, através da constante reciclagem, tornando-a híbrida.
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1- Cirurgia de acesso A. Forma de conveniência - Acompanha a anatomia interna do dente - Visualização dos canais - Paredes lisas - Preparo expulsivo B. Remoção do teto e desgaste compensatório- Brocas esféricas com movimento de tração para oclusal - Broca tronco-cônica com ponta inativa ( AR# 3083 ) com movimentos alternados de tração e lateralidade |
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2- Localização, exploração, esvaziamento e ampliação da entrada do conduto - Limas k #15 e #20 ou até #25, 21mm 3- Preparo do terço cervical - Brocas de Largo #2, 28mm movimento de penetração com pressão lateral no sentido anticurvatura, sem forçá-la para dentro do canal - Trabalhar somente na porção reta do conduto - Não ultrapassar o terço médio do canal |
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4- Preparo do terço médio - Broca Gates Glidden #2, 28mm - Movimento de penetração sem pressão lateral, com ligeira pressão apical - Observar a diminuição no grau de curvatura ( - 22º ), mudando o ponto A1 para A2 |
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5- Lima #20 alcança as imediações do CRT, graças a melhora do acesso e remoção da concrescência, sem interferência dos terços cervical e médio, apenas no terço apical 6- Preparo do terço apical - Preparo seriado, escalonado ou mecanizado - Utilizar limas flexíveis pré-curvadas, valendo-se de movimentos de limagem no sentido anticurvatura - Nos casos de curvaturas severas utilizar as limas intermediárias (Golden Medium) |
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Molar Superior: Cirurgia de acesso preservando a ponte de esmalte e a crista marginal mesial preparo ligeiramente para mesial Molar Inferior: Cirurgia de acesso preservando a distal e a crista marginal mesial preparo ligeiramente para mesial Obs.: A visão do operador e a iluminação, sempre vem de mesial para distal |
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Observar a entrada dos canais MV e DV, antes e depois da mudança do ponto A1 para A2 |
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Cirurgia de acesso preservando a ponte de esmalte e a crista marginal mesial preparo ligeiramente para mesial |
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Observar a entrada dos canais mesiais, antes e depois da mudança do ponto A1 para A2 |
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Cirurgia de acesso preservando a distal e a crista marginal mesial preparo ligeiramente para mesial |
Obs.: Notar o preparo cirúrgico (azul) contendo em toda sua extensão o canal anatômico (vermelho) |
Referências Bibliográficas:
1. ABOU RASS, M.; FRANK, A. L.; GLICK, D. H. The anticurvature filing method to prepare the curved root canal. J. Amer. Dent. Ass., v.101, p.792 794, 1980. 2. AL-OMARI, M. A. O.; DUMMER, P. M. H.; NEWCOMBE, R. G. Comparison of six files to prepare simulated root canal. Part I. Inter Endod J 25: 57-66, 1992. 3. BRAMANTE, C. M. et al. Anatomia das cavidades pulpares: Aspectos de interesse à Endodontia. Ed. Pedro Primeiro Ltda, Rio de Janeiro, 2000. 190p. 4. BUCHANAN, L. S. Management of the curved root canal. J. Calif. Dent. Assoc., v. 17, p. 40-7, 1989.5. HESS, W. Formation of root canals in human teeth. Journal of the National Dental Association, v.8, n.7/12, p.704-34, 1921. 6. LOPES, H. P. & SIQUEIRA Jr., J. F. Endodontia: Biologia e Técnica 2ed. Rio de Janeiro Ed. Guanabara Koogan S.A. 2004. 964 p. 7. MARSHALL, F. J.; PAPIN, J. A. Crown-down presureless preparation root canal enlargement technique. Manual Oregon Health Sciences University, Portland, Oregon, 1980. 8. PAIVA, J. G. e ANTONIAZZI, J. H. Endodontia. Bases para a prática clínica. 2 ed., São Paulo: Artes Médicas, 1988, 886p. 9. PINEDA, F.; KUTTLER, Y. Mesiodistal and buccolingual roentgenographic investigation of 7,275 root canals. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1972; 33(1):101-10. 10. SCHNEIDER, S. W. A comparison of preparations in straigt and curved root canals. Oral Surg., v.31, p.96-193, 1971. 11. SHILDER, H. Cleaning and shaping the root canal. Dent. Clin. North. Am., v. 18, p. 268-96, 1974. 12. SHOVELTON, D. S. The presence and distribution of microorganisms within non vital teeth. Brit. Dent. J., v.117, p.101 107, ago. 1964. 13. SOUTHARD, D. W.; OSWALD, R. J.; NATKIN, E. Instrumentation of curved molar root canals with the Roane technique. J Endod 13: 479-489, 1987. 14. VERTUCCI F. J. The endodontic significance of the mesiobuccal root of the maxillary first molar. US Navy Med 1974; 63(5):29-31. 15. WEINE, F. S.; HEALEY, H. J.; GERSTEIN, H.; EVANSON, L. Canal configuration in the mesiobuccal root of the maxillary first molar and its endodontic significance. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1969; 28(3):419-25. |